Ter um animal doméstico é ter deveres e (muitas) responsabilidades. Mas também é rir e ser genuinamente feliz por amar e ser amado por um grande amigo. A angústia de ter o Açor é recorrente porque nem sempre consigo gerir o meu tempo com o dele. Ele pede atenção e muita dedicação e, como é compreensível, nem sempre há tempo. Se me arrependo de tê-lo adoptado? Muitas, muitas vezes. Se voltaria atrás e mudava as coisas? Não. O Açor é um cão fenomenal, cheio de alegria e muita meiguice. Adoro-o e todo o tempo que guardo para ele é pouco em relação ao que ele ou qualquer outro cão merece. O Açor faz parte da família, da minha vida. Ninguém responsável abandona um bebé, pois não? Então porque abandonamos os animais nas férias, nas mudanças de casas, no aumento da família, na doença, e no capricho? Conheço situações ridículas de abandonos. Fazem sentido? Faz sentido ter uma vida de merda, à procura do ordenado, da casa, da família e dos amigos sem ter em conta aquilo de que mais animal há em nós? Somos animais, desaprendemos isto? Esquecemo-nos? Quem me dera ser só humano, sem sapiens, sem mariquices. Só biologia e química. Só Açor. Correr, correr, correr.
Boas festas companheiro. És o meu herói.